
domingo, março 27, 2005
terça-feira, março 22, 2005
escuto o cantar do vento

louco o vento
no sopro vibrante da melodia
cantou agitado
bailou nas folhas outonais
sóbrio
impertinente
flutuou nos sonhos
despertou preguiçoso
no jejum do dia
saudando a branca manhã
sem peso renova-se
sem medos, sem sustos
sopra no coração
poderoso e livre
torna a doce brisa amarga
engana de frente ou pelas costas
em gritos esfumados
arrasa cruel sem se deter
quebra pela força
a beleza da vida presente
l.maltez
segunda-feira, março 21, 2005
21 de Março - por ser hoje o dia mundial da poesia, foi de ti que me lembrei com uma grande saudade

Mar
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Breyner Andresen
domingo, março 20, 2005
é em ti venho ver o que jamais se viu
bebi-te mar
embriaguei-me de maresia.
neste corpo, a ondulação
da tua cor rara
alcancei-te sorrindo,
no soltar do dia
afixei-te na alma
a espuma rebenta
em ondas de prazer
.
queria bailar como as gaivotas
l.maltez
mergulho secretamente no segredo da existência
existo
nas vozes frias
na verdade escangalhada no cruzamento de linhas
nas mãos disponíveis
nos rostos recolhidos das noites
existo
num canto inacessível
entre labirintos perigosos
nos ruídos da cidade
existo
num papel molestado e cru
l.maltez
sábado, março 12, 2005
sem me desfazer procuro escutar o silêncio
chego em silêncio
sinto o sol nas veias.
uma brisa lava o meu rosto
tenho sede de mar.
deito-me na areia
naquela frescura azul.
caminho em palavras
ligada ao mar e ao sol.
o dia é um vazio entre os espaços
fico indecisa e ardente.
sinto-me perdida entre os ventos
ouço vozes na penumbra desse vazio.
sei o que amo
e amo num abandono total.
sou alguém que espera,
a que pergunta e responde.
uma esperança impossível,
a que caminha no repouso
do seu próprio silêncio.
o meu.
l.maltez
quinta-feira, março 10, 2005
em silêncio entro no sonho
busquei
a felicidade perdida
descobria-a escondida
na perturbação da noite
senti um arrepio
na pele fria e luminosa
busquei um lugar
onde se vive sem dor
na claridade dum mar
num horizonte com estrelas
sim,
onde o silêncio fosse a saudade dos sonhos
por fim retirei-me
fui amada
e odiada
na fatalidade dos dias
e esquecida
na força da vida
l.maltez
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